quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O Que Eu Ouvi.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Quer ler uma história? É sobre um jovem casal... eles tem duas filhas bem pequenas e se mudaram há pouco tempo para um bairro distante, desconhecido e de certa forma promissor de Belo Horizonte. Mais especificamente, pra casa ao lado da minha. Eu ouvi eles no primeiro dia, chegaram em casa as duas da manhã, falando alto! Foi a primeira e unica vez, porque depois foi quase como se eles não morassem lá de tanto silencio. Ultima vez até essa noite.
A primeira coisa que eu consegui discernir nos gritos dela foi "você é um adultero!". Vamos ser sinceros, ela não é boa pra xingar, numa hora dessas eu não escolheria a palavra "babaca", mas ela teve que se contentar com isso. Isso e muitos gritos. Tenho que admitir que minha primeira reação foi pegar a camera (quem sabe eu não publicaria o proximo "cadê meu chip"?). Mas depois eu vi que não daria pra filmar nada e, mais tarde, que isso não tinha graça nenhuma.
Minha mãe não pode ver uma briga que ela quer ir separar, e eu segurando ela. Afinal, "não se meche com quem sabe onde você mora". Mas não adiantou nada querer ser discreto, porque meu tio gritou lá debaixo que ia chamar a policia. Ela (a vizinha) já tinha chamado, mas parecia que quando a policia chegasse só ia encontrar os destroços da casa.
Eu fico pensando em como será que as coisas chegam a esse ponto. Como elas passam do silencio à gritaria? Será que realmente é de repente? Ou as coisas começam bem pequenas até um ponto em que não dá mais pra ignorar? Qual a importancia de se ter uma familia, e qual o preço a se pagar? O que dói mais: o choro de uma criança ou o silencio de um adolescente? Tem diferença entre alguem sair de casa em silencio ou ser expulso?
Uma coisa ficou certa quando a policia chegou (sim, eles finalmente apareceram). Da janela eu ouvia o policial explicar bem calmamente e num "mineirês" de qualidade, que era muito facil amanhã eles chamarem os advogados e acabarem com esse casamento. Nós vivemos em um mundo descartavel.
E eu fico aqui procurando como essa história também é sobre mim. Como talvez por trás da vida social, do show pros vizinhos ou do blog exista uma bagunça. Uma bagunça que um dia põe tudo no chão e faz parecer que é impossivel que algo mude. Mas (infelizmente?) não tem botão de desligar, ou de "reset" na vida. E o espelho não acredita em mentiras.
Quando esse ponto chega o que você faz?
Eu sei a quem pedir ajuda... pelo menos isso.
 
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